sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Quanta bobagem!

Tenho mania de tratar as pessoas que amo como crianças, mimar com muita frilula
todos os eles. Gosto de abraços exagerados, sacudidos, apertados, daqueles que
os adultos não ousam dar. Sim, ficam todos mal acostumados, exigentes, chiliquentos,
como meninos quando querem algo que eu não posso fazer. Mas também faço eles
esquecerem um pouco que a vida é cheia de obrigações, regras e dores. Faço eles perderem o medo do ridículo, esquecerem os problemas e gastarem tempo rindo das minhas bobagens infantis. E aproveitarem meus carinhos malucos, apertões no nariz,
cheiros no suvaco, puxões no dedo do pé. Quando chego em Salvador, lá da porta eu já canto para minha irmã: biloca, me dá uma beijoca. E falo: cadê meu pequeno-grande homem? para o meu irmãozinho. Pulo na cama do meu pai, chamo ele de meu velho branquelo. Levanto a minha mãe do chão com um abraço. Corro na sala com meu irmão pequeno, já até bati a testa no vidro por isso. A babá pensou que eu tinha problemas, não me conhecia. E daí?
Faço isso também no trabalho, com um pouco de ponderação, mas tenho mania de bobo da corte, de alegrar quem está triste, de fazer confusão quando o clima está pesado. Conto minha vida sem pudor, minhas histórias sem pé nem cabeça, assusto os moderados. Não pareço boba. Sou boba. E quando a gente faz 30 anos passa a assumir o que é.

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