quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Pode ser

Posso morrer pobre
sem dente
mas nunca descrente

posso ficar rico muito rico
se eu tiver um amigo
que vá comigo

a vida que a gente teme
está viva
e ela sente

a vida que a gente sonha
é nuvem
que desaba em cima 
da mente
pode ser que você
não fique contente

pode ser que sim
pode ser que não

é o que temos para hoje
é o que vem amanhã
não faça questão


sexta-feira, 7 de março de 2014

Texto colaborativo para o Itsnoon

Reflexão sobre qual o valor do consumo. 

Valendo
Acordo apressada e tomo café na padaria.
Quanto vale?
O leite, o café, o atendimento amigável, o tempo economizado de fazer.
Débito, por favor.
Crédito?
Não débito.
No caminho, passo na farmácia bem rapidinho.
O remédio, a pasta de dente que acabou e, opa, o bandaid que meu pé machucou.
Crédito ou débito? Crédito.
Oi?
Crédito.
Chego ao trabalho, olho a pauta e me lembro do livro do curso que preciso comprar na
Internet.
Quanto vale?
A entrega rápida, a variedade, o tempo, sempre o tempo.
Vamos lá, número do cartão, validade, código de segurança.
Pedido confirmado.
Hora do almoço, e lá vamos nós, pega, pesa e paga.
No ticket refeição.
Qual a senha mesmo?
Ah, lembrei.
Ainda tempo de passar no salão.
E vamos lá, mão, pé e cartão?
Quanto vale?
O cuidado, a beleza, o jeito e o tempo para fazer.
Trabalho, trabalho.
Mais um pouquinho de trabalho.
Afinal, a gente espera o salário.
Na conta.
Acabou,
E lá vamos nós para a padaria.
O pão, o leite, o café, o chocolate, para acalmar a ansiedade.
No crédito, eu falei cré-di-to.
Porque sempre entendem errado?
Ah, cheguei em casa.
E agora, como é mesmo nome daquele canal de assinatura de filme?
Peraí, vou dar uma ligadinha para o televendas.
O filme, a série, na hora que eu quis, o descanso
Quanto vale?
O dia, a rotina, passa aqui, passa ali, haja senha, falta tempo.
Haja dinheiro.
Amanhã começa tudo outra vez.

 Ps.: o pessoal curtiu!!!