terça-feira, 14 de abril de 2015

TUDO AO CONTRÁRIO - HISTÓRIA INFANTIL

TUDO AO CONTRÁRIO


Lili gostava de contestar tudo.
Era por quê para cá, por quê para lá.

Foi um dia andando de montanha russa,
quando viu tudo de cabeça para baixo, que 
ela pensou...

E se....

O dia começasse a noite e terminasse pela manhã?

A gente acordaria às 20h. 

Almoçaria à meia noite.

estudaria até às 06 da manhã.

Então a gente ia para casa e aproveitava a manhã.

Dormia meio dia e acordava às 20h.

Então Lili descobriu que podia ser legal fazer tudo diferente.
Nem que fosse de vez em quando para mudar um pouquinho.
Afinal, a gente nem vê o dia. 
às vezes tem um sol bonito lá fora e a gente não vê.

Quando era menorzinha, ao sair da escola falou para sua mãe:

- Mãe, o sol fugiu. Eu nem vi ele ir embora.

Pensou que legal mesmo seria estudar 2 meses por ano
e ter férias nos outros meses.

Só que aí aprenderia pouca coisa. 

Pensando bem, assim não daria.

Afinal, primeiro a gente precisa aprender como as coisas são.
Para depois modificá-las.


 Lili estava longe pensando nessas coisas quando ouviu a voz da sua mãe:

Lili, o que você está fazendo?

E ela respondeu:

- Mudando as coisas de lugar, mãe.

Sua mãe assustada foi lá ver o que ela fazia:

- Mudando o que de lugar, Lili? cuidado!

E ela respondeu:

- Mudando as coisas dentro da minha cabeça, mamãe.

Texto baseado em uma gravação de Einstein sobre a educação de crianças.
Em que ele diz que a sociedade pode colocar as crianças no padrão, tornando-as iguais e até servis. Quando elas foram feitas para serem criativas, autônomas e espontâneas.


Mila Sereno

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Pode ser

Posso morrer pobre
sem dente
mas nunca descrente

posso ficar rico muito rico
se eu tiver um amigo
que vá comigo

a vida que a gente teme
está viva
e ela sente

a vida que a gente sonha
é nuvem
que desaba em cima 
da mente
pode ser que você
não fique contente

pode ser que sim
pode ser que não

é o que temos para hoje
é o que vem amanhã
não faça questão


sexta-feira, 7 de março de 2014

Texto colaborativo para o Itsnoon

Reflexão sobre qual o valor do consumo. 

Valendo
Acordo apressada e tomo café na padaria.
Quanto vale?
O leite, o café, o atendimento amigável, o tempo economizado de fazer.
Débito, por favor.
Crédito?
Não débito.
No caminho, passo na farmácia bem rapidinho.
O remédio, a pasta de dente que acabou e, opa, o bandaid que meu pé machucou.
Crédito ou débito? Crédito.
Oi?
Crédito.
Chego ao trabalho, olho a pauta e me lembro do livro do curso que preciso comprar na
Internet.
Quanto vale?
A entrega rápida, a variedade, o tempo, sempre o tempo.
Vamos lá, número do cartão, validade, código de segurança.
Pedido confirmado.
Hora do almoço, e lá vamos nós, pega, pesa e paga.
No ticket refeição.
Qual a senha mesmo?
Ah, lembrei.
Ainda tempo de passar no salão.
E vamos lá, mão, pé e cartão?
Quanto vale?
O cuidado, a beleza, o jeito e o tempo para fazer.
Trabalho, trabalho.
Mais um pouquinho de trabalho.
Afinal, a gente espera o salário.
Na conta.
Acabou,
E lá vamos nós para a padaria.
O pão, o leite, o café, o chocolate, para acalmar a ansiedade.
No crédito, eu falei cré-di-to.
Porque sempre entendem errado?
Ah, cheguei em casa.
E agora, como é mesmo nome daquele canal de assinatura de filme?
Peraí, vou dar uma ligadinha para o televendas.
O filme, a série, na hora que eu quis, o descanso
Quanto vale?
O dia, a rotina, passa aqui, passa ali, haja senha, falta tempo.
Haja dinheiro.
Amanhã começa tudo outra vez.

 Ps.: o pessoal curtiu!!!




segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Leva ou Salva



Leva o barco
Remando
Só ou acompanhado
Leva o barco
Releva
Segue e a correnteza

Entrou água no seu sonho
A água é fria
Então, acorda
De braço cansado
De coração assombrado
Acorda,
Salva essa vida do marasmo

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

amai



Amem
Não a mim
Não a um
Amem
Sem restrição
Pelo bem
comum
amai vos
amém

Tiquinho



Preciso muito
De tão pouco
Não preciso tanto
Ficar tonto
Atrás de tudo
Impreciso
Despretendo
Vasto é o mundo
Sou pequeno

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Familiar

Família é um conjunto de gente que não se entende
Ele quer branco, ela quer preto,
Ele quer preto, ela quer verde,
Um quer almoçar mais tarde, o outro quer urgente
Um vive no passado e o outro no presente
Um toma banho, outro escova o dente
Um lava louça, o outro nem se mexe,
Quem pegou minha toalha, onde está
a peneira, quem vai na feira?
Gente, deixa de besteira.
É opinião de crente e de descrente,
Metade é oponente,
Metade está com a gente,
E apesar de tudo é um amor doente.